Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,
Da vossa alta clemência me despido;
Porque quanto mais tenho delinquido
Vos tem a perdoar mais empenhado.
Se basta a voz irar tanto pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido:
Que a mesma culpa que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.
Se uma ovelha perdida e já cobrada
Glória tal e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na sacra história.
Eu sou, Senhor a ovelha desgarrada,
Recobrai-a; e não queirais, pastor divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória.
Análise: É um poema religioso e sarcástico, ele fala que quanto mais ele peca, mais o Senhor perdoa. Gregório de Matos quis falar basicamente isso no meu entendimento... Mas agora, meus amigos irão falar mais sobre esse texto para vocês dando mais informações relevantes.
No texto, Gregório de Matos trata sobre um tema religioso, cujo foco principal é o pecado e o perdão.
ResponderExcluirO eu lírico no texto fala várias vezes que quanto maior o pecado, maior é a misericórdia de Deus, o que no meu ponto de vista e o da Igreja Católica Apostólica Romana, está correto, porque para Deus não existe "pecadinho" e "pecadão", pois infinita é a sua misericórdia, então, tudo perdoa, basta que a pessoa se arrependa verdadeiramente. Ademais o texto aparenta fazer uma referência a passagem da Ovelha Perdida, que trata também sobre a misericórdia de Deus, porque fala que o pastor que possui cem ovelhas e perde uma, deixa as noventa e nove, para ir em busca da que se perdeu, o que vem reforçar o tema do texto, e no último parágrafo o eu lírico diz que ele é a ovelha perdida, e pede para recuperá-lo, como se fosse um pedido de ajuda, para que não se perca nele a glória de Deus.
Então, como já disse, o eu lírico no texto fala que a misericórdia de Deus é sempre maior, como podemos ver no trecho:
"Porque quanto mais tenho delinquido
Vos tem a perdoar mais empenhado."
Que diz exatamente isso, que quanto maior o erro, maior e com mais empenho Deus perdoa.
Entretanto o eu lírico não demonstra uma atitude de humildade e de arrependimento, parece mais que ele errou, e sabe que Deus irá perdoa-lo, ou até pior, parece que ele desafia Deus como se fosse obrigado a perdoa-lo não importando o que ele tenha feito.
Além disso devo ressaltar que o autor esqueceu-se de falar que Deus também é justiça, o que muitos esquecem, e preferem olhar só o lado do perdão e da misericórdia Deus, porque sabem que é infinita e sempre existirá, enquanto nós miseráveis e falhos buscarmos por ela.
Ao contrário do que disse Israyane em sua análise, não identifiquei nenhum tipo de sarcasmo no texto, pois ele se trata justamente de um texto religioso da literatura barroca, que não costuma misturar religiosidade com sarcasmo.
ResponderExcluirApesar da linguagem sofisticada, o texto é compreensível, e sua análise foi feita de maneira impecável pelo Pedro Henrique.
Muito bons os comentários anteriores dos meus colegas, facilitaram inclusive a minha compreensão do texto. O Pedro fez uma ótima análise, então tentarei mostrar a relação do texto e a literatura barroca. A característica mais marcante no texto que nos deixa claro que ele pertence ao estilo barroco é o conflito entre o que é terreno (o eu lírico) e o que é divino (Deus). O eu lírico mostra o contraste entre suas atitudes, que são erradas, chegando inclusive a se comparar com uma ovelha desgarrada, e o perdão e a misericórdia de Deus, apesar de seus erros. Esse tipo de conflito é um tema comum na literatura barroca, e foi muito bem explicado pelos meus colegas.
ResponderExcluirAo meu ver Israyane, ao contrário do teu, não percebi tom sarcástico no poema. No entanto, assim como você, pude perceber a misericórdia que Deus tem para com o eu lírico, a ponto de perdoa-lo independentemente do quanto ele tenha pecado. Além disso, como foi dito muito bem pelo Pedro Henrique em sua análise, o poema faz referência à passagem bíblica da ovelha perdida, na qual fala justamente da consideração que Deus tem para com os seus.
ResponderExcluirNeste soneto o eu lírico exalta dois pilares religiosos que são o perdão e o pecado,fato muito evidente no primeiro quarteto. Em minha opinião concordo com as análises de meus colegas, mas discordo o fato do soneto ser sarcástico como foi dito pelo Israyane.
ResponderExcluirPessoal, apesar de ser um poema religioso, no final do texto, Gregório se mostra bastante atrevido ao se dirigir a Deus. Ele o chantageia. Se Deus não o perdoasse, perderia a sua Glória porque ele só existe como divindade porque existem os pecadores para serem perdoados. Por isso, quando vocês fizerem alguma afirmação, é importante apontar o trecho do texto para exemplificar e para que todos possam entender.
ResponderExcluirGostaria de ver vocês explicando o cultismo e o conceptismo presente neste poema.
Concordo plenamente com vc Melina. Vc soube ver as entrelinhas do poema de modo perfeito.
Excluirqual a tematica do poema?
ResponderExcluirArrependimento e perdão.
Excluirbolsonaro 2018
ResponderExcluir#lula preso
Lula sim. Presidente do povo.
Excluirbrota no free fire
ResponderExcluirlewandovisk9
chupa ciro
ResponderExcluir1 Qual e o interlocutor do eu lirico?
ResponderExcluir2 o que o lirico disse no soneto almeja?