A cada canto um
grande conselheiro,
que nos quer
governar cabana, e vinha,
não sabem governar
sua cozinha,
e podem governar o
mundo inteiro.
Em cada porta um
frequentado olheiro,
que a vida do vizinho, e da vizinha
pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha,
para a levar à
Praça, e ao Terreiro.
Muitos mulatos
desavergonhados,
trazidos pelos pés
os homens nobres,
posta nas palmas
toda a picardia.
Estupendas usuras
nos mercados,
todos, os que não
furtam, muito pobres,
e eis aqui a cidade
da Bahia.
Análise João
Vitor: Trata-se de um soneto satírico em que o eu lírico demostrada
a degradação moral e econômica da Bahia, que era um dos alvos de
suas críticas. E neste soneto o eu lírico enfatiza sua lamentação
em relação ao governo da cidade, fato que fica evidente no 1º
quarteto.
No texto como podemos ver claramente, e como foi dito em sua análise, Gregório de Matos expõe e critica a situação econômica da Bahia, naquela época. Entretanto o texto utiliza algumas palavras um tanto desconhecidas em seu vocabulário, que dificulta o seu entendimento, mas isso se demonstra inteiramente normal, visto que foi escrito no séc XVII, apesar disso seu entendimento torna-se fácil, porque o autor fez questão de utilizar frases abusando do deboche e ironia, como :"...não sabem governar sua cozinha, e podem governar o mundo inteiro.", que enfatizam a indignação, não só do autor mas de grande parte da população que estava sofrendo, e que consequentemente são cômicas para o leitor.
ResponderExcluirÉ possível perceber que o texto é mais que uma crítica moral ou econômica, mas também uma crítica política. Gregório de Matos não mede esforços na primeira estrofe para mostrar o que ele percebe como despreparo por parte dos governantes, embora os próprios se viam como capazes de resolver os problemas. Além disso, ele expõe os péssimos hábitos das pessoas comuns, como bisbilhotar a vida alheia, e a corrupção generalizada. Bem, acredito que a obra de Gregório de Matos continua atual ;).
ResponderExcluirComo foi muito bem falado em tua análise, é de fácil percepção que o autor do texto apresenta e ainda faz críticas a situação política da Bahia naqueles tempos. E tal fato fica extremamente perceptível no 1° quarteto quando Gregório de Matos, usando com maestria da ironia, faz uma clara crítica aos governantes da Bahia na época. Além disso, como já foi mencionado, Gregório de Matos também fala a respeito da sociedade Baiana, relatando costumes da mesma como se pode observar no 2° quarteto.
ResponderExcluirO soneto e sarcatico , que fala da economia e da politica da Bahia e no 1 quarteto fala da ironia e no 2 quarteto fala mas dos costumes da sociedade baiana ...e basicamente isso ele quis enfatizar o governo e isso que eu particulamente entendi
ResponderExcluirPessoal, estou gostando demais do blog de vocês. Os comentários estão muito interessantes. Continuem assim. Faltou o comentário do Gabriel.
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